quinta-feira, 24 de maio de 2012

Nos pênaltis e no sufoco, Santos vence o Vélez e encara o Timão

Foi suado, sofrido e emocionante, mas o sonho do tetracampeonato do Santos na Taça Libertadores da América continua vivo. Nos pênaltis, o Alvinegro contou com a estrela do goleiro Rafael eliminar a retranca do Vélez Sarsfield e para avançar às semifinais da competição continental.

Nos 90 minutos, a equipe alvinegra encontrou muita dificuldade para furar a retranca argentina. Com um a mais desde o fim do primeiro tempo - o goleiro Barovero foi expulso após falta em Neymar -, o Peixe cresceu de produção na etapa final e conseguiu o gol que levou a decisão para as penalidades aos 32 minutos, com Alan Kardec.

Nas penalidades, apenas Martinez e Sebá converteram para o Vélez. Canteras chutou por cima, e Rafael defendeu cobrança de Papa. O Peixe teve 100% de aproveitamento nas cobranças, com Alan Kardec, Ganso, Elano e Léo convertendo para o Peixe.

Na sequência da competição continental, o Santos vai decidir uma vaga na final contra o rival Corinthians. Por ter melhor campanha na primeira fase, o Timão terá a vantagem de disputar o segundo jogo no Pacaembu. A diretoria do Peixe ainda não decidiu.

Neymar Santos x Velez (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Neymar foi perseguido pela marcação do Vélez Sarsfield (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)


Nervoso, Peixe pouco ameaça

"Aca es Velez", dizia uma das faixas na torcida do Vélez Sarsfield, entre os torcedores argentinos na Vila Belmiro. Tal identificação deveria ser suficiente para sinalizar: furar o bloqueio do "Fortín" não seria tarefa nada fácil para o Santos.

Empurrado pelo Alçapão lotado e com uma bonita festa de papéis higiênicos, há muito tempo não feita no estádio do Peixe, o time encontrou um Vélez extremamente disciplinado taticamente.
Como um corpo fechado de engrenagens perfeitamente sincronizadas, as duas linhas de quatro dos argentinos nunca se distanciavam. O pouco criativo meio de campo santista, liderado por um Ganso no sacrifício, esteve perdido na armação.

Bastante nervoso pela necessidade de abrir dois gols de diferença, o Alvinegro não conseguiu impor seu ritmo. Das tribunas de honra da Vila, Diego, Robinho e Alex, trio da geração campeã brasileira de 2002, certamente ficou preocupada com o que viu na etapa inicial.

Exceção feita à lances esporádicos, como em duas cobranças de falta de Elano e raros lances em que Neymar levou a melhor sobre a zaga, o time não ameaçou Barovero. O Vélez, por sua vez, aproveitava esse nervosismo para tocar a bola com muita eficiência e irritar o Peixe.

De tanto pegar a bola e procurar Neymar como um robô, o Santos, enfim, conseuguiu algo. Aos 39 minutos, o time retomou a bola e Elano enfiou belo lançamento da zaga para o ataque na direção do craque. Após dominar de cabeça e passar por Barovero, goleiro fez falta na entrada da área e parou um gol certo. Resultado: foi expulso.

Nos minutos finais, o Peixe até tentou aumentar a pressão no embalo da torcida, mas foi pouco. Sobrou nervosismo e faltou bola.

Goleiro do Velez expulso, Santos x Velez (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com) 
Barovero foi expulso no fim do primeiro tempo após falta em Neymar 
(Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)

Léo muda o jogo e Kardec salva

Um jogador a mais durante 45 minutos para fazer ao menos um gol. Esse era o panorama do Santos quando voltou do intervalo contra o Vélez Sarsfield. A equipe poderia ter calma, tranquilidade e colocar a bola no chão até conseguir o objetivo. Em um desespero inexplicável desde o apito inicial, porém, a opção foi outra: chuveirinho e cruzamentos na área, totalmente fora das características da equipe.

O primeiro lance da etapa final dava a impressão de um Peixe massacrando. De tanto girar a bola de um lado para o outro, o time encontrou Adriano livre. O volante, então, resolveu chamar para si: soltou o pé de fora da área e Montoya, goleiro reserva, espalmou de forma esquisita.

Totalmente aberto e desesperado, o Santos dava espaços para os contra-ataques. E o disciplinado Vélez quase aproveitou em duas oportunidades. Primeiro com Fernández, em lance de muita ousadia e genialidade, quando do meio de campo finalizou e quase surpreendeu Rafael. Depois, com Martínez fazendo boa jogada e rolando para o mesmo Fernández novamente perder.

Daí para frente, o Santos passou a usar quase que de forma única os cruzamentos. Nervoso pelo tempo que passava, a situação já virava dramática. Muricy, então, resolveu mudar: trocou Juan por Léo, ovacionado pela torcida. E o time ganhou o fôlego que precisava pela esquerda. Rentería já havia tomado o lugar de Adriano, mas sem qualquer notoriedade, exceção feita aos erros bizarros.

Foi então que Alan Kardec teve a chance de ouro, nascida em um ótimo passe de Elano. Completamente livre, porém, o atacante finalizou mal e Montoya defendeu. Parecia o fim para o Santos, já cansado e desesperado.

Léo, então, deu as caras e mostrou porque recebe tanto apoio das arquibancadas. Em uma jogada espetacular pela esquerda, o experiente lateral arrancou, tabelou, invadiu a área e deixou Alan Kardec novamente livre para, desta vez, abrir o placar. Explosão de alegria e alívio na Vila Belmiro.

Incendiado pelo gol, o Alçapão ferveu de forma ensurdecedora. Incentivado pelos quase 14 mil santistas, Neymar fez jogada de gênio. Da esquerda para o meio, passou por toda a zaga argentina e deixou Rentería em ótima condição para marcar, mas o colombiano demorou e perdeu a oportunidade.

Drama na Vila com a decisão nas semifinais nos pênaltis.
Marcelo Hazan - Globo Esporte

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