domingo, 5 de junho de 2011

A década de 80 foi marcada pelos movimentos sociais de reivindicação e luta pela democratização do ensino com a inserção das minorias marginalizadas e excluídas no sistema educacional. De lá para cá, não param as barreiras que são quebradas pelas instituições que enfrentam os direitos dos deficientes na escola regular, universidades e em empresas de todo o mundo.

A década de 80 foi marcada pelos movimentos sociais de reivindicação e luta pela democratização do ensino com a inserção das minorias marginalizadas e excluídas no sistema educacional. De lá para cá, não param as barreiras que são quebradas pelas instituições que enfrentam os direitos dos deficientes na escola regular, universidades e em empresas de todo o mundo.

É claro que existem barreiras invisíveis que passam pela não valorização deste público, mas que é muito difícil explicar. Onde existem falhas, essas devem ser corrigidas e se faltam apoios e recursos deveram exigi-los, tendo como fundamento as leis que assegura às pessoas com deficiência a presença, o aprendizado e o convívio na sociedade.

Portanto, falar em inclusão sem se preocupar com a exclusão é impossível. Isso não implica apenas tratar do hoje, mas conseqüentemente do amanhã, visando o futuro de pessoas com deficiência inseridas nas universidades, que um dia deixarão de ser alunos e passarão a ser cidadãos formados, com o direito de viver em sociedade e fazer suas próprias escolhas, caminhar para a direita enfrentar a esquerda.
No entanto, seria bom se os professores tivessem uma melhor visão do que é a diversidade, reconhecendo que na maioria das vezes quem cria estas barreiras são eles mesmos. Pôs bem! Agora irei relatar em algumas linhas um fato ocorrido há duas semanas, na UEPB (Universidade Estaduais da Paraíba) na cidade de Campina Grande.

Vamos lá, já pensou entrar em uma sala de aula, estando cursando o quarto ano do curso de comunicação social, ser gentil, dar o seu bom dia para compartilhar as alegrias vivenciadas com todos e notar que alguém não está dando a mínima ao seu discurso? É isso aí, tentei chamar atenção de todo jeito, abrindo a bolsa, dobrando a bengala, batendo de vez em quando na cadeira, virando a cabeça para um lado, para o outro, mas de nada adiantou, foi tudo em vão.Neste dia não passei de uma pedra fixada em um cantinho da sala sem utilidade nenhuma.
Por algum momento cheguei a pensar que estava em transe, parecia que tinha regredido ao tempo dos excluídos, sem direito a estar em sala com os outros, gostaria que nada daquilo tivesse acontecido. Pensar o quanto fui vitima do silencio por parte do Doutor, cada
vez mais se torna evidente que ainda falta muito para uma inclusão de verdade e que realmente a lei precisa sair do papel. Comecei a viajar com meus pensamentos ao ponto de achar que poderia ter algo de errado comigo. Poxa! Será que sou diferente? Será o jeito que estou vestido? Ou porque estou de óculos escuros? Bom, sei que não me dirigiam a palavra. Fazer o que? Ele não quer papo comigo, será que esta “se achando”? Não sei, só sei que estou aqui esperando ser lembrado pelo mestre.
Opa! Espere, o professor pediu a lista de presença, agora sim ele vai falar comigo. Não, isso não pode! O Doutor perguntou aos outros alunos como era o meu nome, por que não a mim? Ei, cego têm boca e fala! Juro que depois desta atitude fiquei sem resposta, por se tratar de um Professor Doutor em Comunicação Social. Por fim, o seu comportamento foi hostil e de menosprezo, como se perguntasse, "O que ele faz aqui? Tinha um clima de desconhecimento e dúvida da competência e capacidade de aprendizagem como graduando cego". Estas reações nada mais é como fomos educados, do quanto precisamos mudar reciclar e rever nossas crenças.

Fico pensando como construir uma sociedade para todos sob as travas das diferenças, onde temos que enfrentar os pré-conceitos. Muitas vezes nos elogiam mais por nossa “diferença” do que por nossas formações. Porém, é certo que temos estas vivências que muitas vezes rompemos com algumas tradições e hegemonias de forma de pensar, ser, estar e agir em nossos campos sociais. Por outro lado gerando polêmica, contradições e omissões, tornando possível focalizar quem é conhecedor desses conceitos.
Por Dekson Queiroz – Desterronline.com

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